Ensinamentos de Morihei Ueshiba O-sensei

O progresso virá com a prática constante. Não procure por ensinamentos secretos que não levarão a nada. Confie nas experiências próprias. Lembre-se, os grandes segredos estão contidos nas técnicas básicas Uma vez que você domine as técnicas de Aiki nenhum inimigo sequer pensará em atacar. Por que fixar os olhos na espada se a empunhadura mostrará onde ela vai cortar. O Aikido não é uma técnica para lutar contra um inimigo ou derrotá-lo. É uma maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos seres humanos uma família. Significa que o segredo do Aikido é a busca da harmonia com o Universo, é tornar-nos unos com o Universo. Seus praticantes devem buscar esse entendimento por meio de treinamento diário. O segredo do Aikido não está no modo como você move os pés, está no modo como você move sua mente. Eu não estou ensinando técnicas marciais, estou ensinando a não-violência. Aiki significa a união entre o corpo e o espírito e é a manifestação desta verdade. Mais do que isso, Aiki nos permite harmonizar céu, terra e a humanidade como uma só. Aikido é para o mundo inteiro. O verdadeiro pacifista é aquele capaz de causar danos imensuráveis mas escolhe não faze-lo quando provocado. O segredo do Aikido é harmonizarmo-nos ao movimento do universo, levarmo-nos a um encontro com o Universo. Aquele que encontrar os segredos do Aikido, possui o Universo nele próprio e pode dizer: eu sou o Universo. Mentes para servir à paz de todos os seres humanos no mundo são necessárias ao Aikido. Não as mentes daqueles que desejam ser fortes ou que praticam somente para derrotar um oponente. O verdadeiro Budo é trabalho de amor. É trabalho de dar amor e vida a todos os seres vivos e não matar ou lutar um contra o outro. Amor é divindade guardiã de tudo. Nada pode existir sem ele. Aikido é a realização do amor. Deve-se compreender o Aikido, primeiro como Budo e então, como um caminho a serviço da construção da família mundial. O Aikido não é para um único país ou para uma pessoa em particular. Seu propósito é executar o trabalho de Deus. O espírito do Aikido é a salvaguarda do amor. O Aikido é um compasso para construir o edifício desse mundo: uma construção natural que demonstre a razão dos fenômenos da matéria e do espírito. O Aikido é o Universo. É uma questão de coração. Oramos sem parar para que o combate não tenha lugar. Por essa razão proibimos formalmente os combates no Aikido. O espírito do Aikido é aquele de um ataque amoroso e de uma reconciliação pacífica. Com esse fim, unimos e reunimos os adversários com o poder do Amor. Pelo amor somos capazes de purificar os demais. O Aikido se preocupa com o Universo. É o mais importante do mundo, mas não é uma religião. Podemos dizer que o Aikido tem algo em comum com os ensinamentos de Cristo: Amor! Tudo começa e termina nele. O Amor é a vida do Universo. Se o coração é impuro, estarás cheio de tensão interior, de orgulho, de desordem, de confusão, de mil enfermidades físicas, mentais e emocionais. Jamais poderás compreender o Aiki se seu coração não se purifica. Deves, pois, limpa-lo para ter paz consigo e com o mundo, não sendo inimigo de nada e não vendo nada como seu inimigo. Quem vence alguém é só um vencedor, mas quem vence a si mesmo é invencível. No que diz respeito à técnica, desde os tempos antigos foi dito que movimentos devem voar como relâmpagos e ataques devem ser graves como um trovão. O corpo é o resultado da concreta unificação do físico e do espiritual criados pelo universo. Aikido é primeiramente uma forma de conseguir a própria maestria física e psicológica.
O guerreiro empreendedor – 11 princípios do Aikido

O aikido é, frequentemente, traduzido como “o caminho da unificação, da energia da vida ” ou “o caminho do espírito harmonioso”. O objetivo de Morihei Ueshiba, criador do Aikido, era criar uma arte em que os seus praticantes pudessem defender-se a si próprios a partir do ataque adversário. Além de servir para a vida no geral, ele tem muito a ver com quem é, e sonha em ser um empreendedor. 1 – Quem tem um objetivo na vida irá se defrontar com uma força oposta; para eliminar esta força, é preciso fazê-la trabalhar a seu favor. 2 – Um verdadeiro guerreiro jamais sacrifica seus amigos para derrotar o adversário; portanto, ele tem que aprender a detectar e resolver os problemas antes que eles se manifestem. 3 – A melhor maneira de enfrentar o adversário é convencê-lo da inutilidade de seus gestos. O guerreiro mostra que seu objetivo não é destruir nada, mas construir sua própria vida. Quem caminha em direção ao seu sonho busca a harmonia e o entendimento antes de qualquer coisa. 4 – Não fique olhando o tempo todo os problemas que estão no seu caminho: eles terminarão por hipnotizá-lo, impedindo qualquer ação. 5 – A força de um homem não está na coragem de atacar, mas na capacidade de resistir aos ataques. Desta maneira, prepare-se – através de meditação, exercícios, e uma profunda consciência de seus propósitos – para aguentar firme e continuar no caminho, mesmo que procurem afastá-lo de sua meta. 6 – Esteja preparado para grandes provas, à medida que o sonho se torna realidade. 7 – Não olhe sua vida com ressentimento, e esteja preparado para aceitar tudo aquilo que ela lhe oferece; cada dia traz em si a alegria e a fúria, dor e prazer, escuridão e luz, crescimento e decadência. Tudo isso faz parte do ciclo da natureza – portanto não tente reclamar ou lutar contra a vida. Aceite-a, e ela o aceitará. 8 – Se o seu coração for suficientemente grande, ele será capaz de acolher todos aqueles que se opõem ao seu destino; e uma vez que você os tenha acolhido com amor, será capaz de anular a força negativa que seus adversários traziam. 9 – Quando perceber que um adversário se aproxima, avance e lhe diga palavras delicadas. Se ele insistir na sua agressividade, não aceite a luta a não ser que ela vá lhe acrescentar algo; neste caso, utilize a força do oponente, e não gaste a sua energia. 10 – Saiba o momento correto de usar cada uma das quatro qualidades que a natureza nos ensina. Dependendo das circunstâncias, seja duro como um diamante, flexível como uma pena, generoso como a água, ou vazio como o ar. 11 – Se a origem do seu problema é o fogo, não adianta contra-atacar com mais fogo, porque isso só irá aumentar o incêndio: neste caso, apenas a água será capaz de combater o mal. Por Adriana Noviski Fonte: www.canaldoempreendedor.com.br
História do Aikido – Vídeo

Rara demonstração de Aikido de Morihei Ueshiba – 1957

Esta é uma rara demonstração realizada no Ministério Autodefesa em Akasaka, em Tóquio por volta de 1957. Esta seção é a perfomance de O Sensei Morihei Ueshiba. Seu principal uke são Hiroshi Tada e Nobuyoshi Tamura. O filme era parte da coleção particular de oito milímetros de André Nocquet. Nocquet foi o primeiro aluno não japonês a viver no dojo para treinar com o fundador do Aikido, Morihei Ueshiba. Ele passou três anos vivendo com a família Ueshiba, de 1955-1957 e treinou diariamente no Kobukan Dojo.
Histórias de quem conheceu o fundador do Aikido, O-Sensei Ueshiba

Cansado de viajar e vislumbrando um trabalho difícil adiante, o jovem rapaz procurou um lugar para sentar naquele trem lotado. Acomodando-se perto daquele senhor franzino, sentou-se na parte de trás e lateral do vagão. “Não lhe conheço?”, perguntou o senhor próximo a ele. Suspirando, o rapaz olhou para a cara enrugada daquele sujeito e respondeu: “Eu acho que não”. “Engraçado, tenho certeza de que eu o conheço”, retrucou o senhor. “Qual o seu nome?”. O rapaz levantou-se e olhou seu novo companheiro de viagem mais diretamente. Dessa vez, com olhar ameaçador, ele anunciou com orgulho e arrogância: “Meu nome é Kenshiro Abbe, campeão japonês de Judô”. O senhor sorriu. “Ah, sim! Eu sabia que já tinha visto você antes”. “Por favor, você pode ficar quieto”, pediu Abbe, retornando ao seu lugar. “Eu tenho uma competição amanhã e preciso descansar”. “Claro”, disse o senhor. Mas, enquanto o trem seguia viagem pela estrada de ferro entrecortado pelo vento, e com o balanço que lhe é peculiar, o sujeito continuou tagarelando incessantemente. Até que, finalmente, Abbe levantou-se novamente e o encarou. “Cala essa boca, velho! Eu preciso dormir”. “Se eu sou só um velho e você esse tal campeão de Judô que você diz ser, talvez você possa quebrar o meu dedo. Eu fico quieto se você quebrar o meu dedinho”, disse o velho. Achando que se o fizesse ficaria livre do velho, o rapaz verificou o dedo que lhe havia sido ofertado. Cansado e irritado, ele agarrou o dedo do velho e torceu para quebrá-lo. O que se seguiu não foi o estalo curto e seco de um dedo sendo quebrado. Ao contrário, o que se viu foi um rapaz voando, caindo estatelado no chão daquele vagão e expelindo todo ar contido nos seus pulmões. E o pior, ele foi imobilizado. Depois de alguns instantes, o velho o libertou. “Quem é você?”, perguntou Abbe, maravilhado. “Eu sou Morihei Ueshiba, fundador do Aikido”. Abbe, ainda no chão do vagão, curvou-se para ele e perguntou se ele poderia ir ao seu dojô (local de treinamento) para treinar. Ele foi aceito como estudante e ficaria com Ueshiba por dez anos. – Kenshiro Abbe O Almirante Isamu Takeshita era professor de Jujitsu e sempre esteve envolvido com as artes marciais. Nos movimentos de O-Sensei, o Almirante Takeshita viu os movimentos das batalhas navais. Ele estava muito impressionado com O-Sensei. O Almirante Takeshita falou com o fundador do Judô, Kano Sensei, sobre O-Sensei. O Almirante Takeshita pediu a O-Sensei para ensinar Aikido na Escola Naval e convidou Kano Sensei para observar. Quando Kano Sensei viu O-Sensei, ele disse: “Sua arte é muito boa. Você pode ensinar os meus alunos?”. – Minoru Mochizuki Quando vi O-Sensei pela primeira vez, imediatamente senti que ele não era uma pessoa comum. Mesmo sendo ele baixo e com uma barba enorme, ele parecia um nobre. Em particular, suas feições eram de uma pessoa digna e solene e aparentava ser alguém que possuía um nível muito elevado de espiritualidade. – Guji Yukitara Yamamoto Um dia, um amigo me disse: “Um senhor muito forte apareceu em Shingu. Vamos dar uma olhada”. O Dojô era recente; O-Sensei veio pela primeira vez. O-Sensei estava lá com alguns dos seus deshi (alunos) e estavam treinando. Um dos deshi era mulher. Enquanto assistia o treino, fiquei pasmo com a mulher. O- Sensei veio e disse: “Vista seu Keikogi (uniforme de treino) e comece a praticar”. Eu não sabia nada de Aikido. Não tinha experiência nenhuma naquela arte marcial. Mas O-Sensei me disse para treinar com a mulher. Eu não poderia deixar passar essa oportunidade; eu era bem forte quando jovem. Assim, eu peguei meu Keikogi e fui para o tatami treinar com a mulher. Mas, para minha surpresa, não importava o que eu fizesse, eu era surrado e arremessado para um lado e para o outro. O-Sensei nunca ensinou ukemi (os movimentos do parceiro, uke, incluindo ataque e algumas vezes queda), ele simplesmente disse que você aprende praticando. Então eu perguntei a O-Sensei se eu podia ser seu aluno. Ele disse que eu precisava ter dois patrocinadores. Então eu consegui dois patrocinadores, entrei para o dojô e comecei a treinar. – Yuuichi Nakaguchi A primeira vez que encontrei O-Sensei, eu estava fascinado pela atmosfera que o cercava. Ele era totalmente diferente daquilo que eu imaginava que um artista marcial seria. O-Sensei parecia que tinha uma determinação divina. Ele conseguia passar suas idéias de tal forma que qualquer um poderia aprimorá-las, de acordo com os seus sentimentos adquiridos através da prática contínua do Aikido. – Mamoru Suganuma Por muitos anos fui responsável pelos Keikogi dos Ueshiba. Um dia eu fui levar pessoalmente os Keikogi encomendados. Eu fui até o antigo dojô e as pessoas estavam treinando quando, de repente, O-Sensei entrou. Incrível! Eu já havia ouvido falar a respeito de O-Sensei, mas nunca tivera a oportunidade de vê-lo em pessoa; eu não sabia nada sobre ele. Quando ele entrou, imediatamente as pessoas se sentaram, curvaram-se e fizeram reverência. Eu fiquei muito impressionado como a postura dos estudantes refletia uma atitude de profundo respeito, e aí eu pensei: ele deve ser um excelente professor. Essa percepção me deixou perplexo. Quando O-Sensei ensinava ele era severo e determinado. Sua conduta era de uma retidão a toda prova. Mas fora do dojô, ele era uma pessoa extremamente amável e gentil. – Ayako Ishiwata A primeira vez que vi O-Sensei, ele estava sentado na sala, próximo à lareira. O-Sensei vestia um Kimono e parecia um eremita da montanha, mas não um ser humano comum. Uma pessoa muito atraente e cativante. O-Sensei perguntou sobre a família que me havia apresentado e depois contou estórias antigas (lendas, mistérios e tudo o mais). Então, eu entrei no dojô naquele dia. Naquela época, eu não estava preparado para conversar com O-Sensei. Sua cultura era vasta e profunda. – Sadateru Arikawa O dia mais importante da
Fotos de O-Sensei Morihei Ueshiba
